
Por vezes temos situações onde conhecemos alguém, ou algum lugar, e simplesmente não conseguimos criar uma conexão.
Já vos aconteceu?
Há uns tempos atrás aprendi uma expressão Brasileira – “Quando o Santo não bate”, que é utilizada quando isso nos acontece, seja com alguém com quem trabalhamos, seja com um amigo de um amigo ou inclusive alguma cidade ou espaço físico.

Sei que há estudos de neuroterapeutas sobre este tema, que culpam uma parte do cérebro – o sistema límbico. Também há outros estudos que justificam este comportamento em estruturas mais primitivas, nomeadamente a intuição que grita mais alto e impede a conexão.
Mas para este contexto, o que importa sublinhar é que, com quantas mais pessoas / lugares nós interagimos, mais vezes o nosso Santo não vai bater com o Santo da outra pessoa / lugar.
Por exemplo, com lugares, quantas vezes é que foram a uma cidade e parece que a “cidade” não te está a tratar bem?!?
Chegar lá e não arranjar estacionamento, apetecer um café e as esplanadas estão todas cheias, e quando se consegue encontrar um café lá numa ruela perpendicular, o funcionário é mal-educado…
Neste caso, tenho um exemplo pessoal: há duas cidades no Minho que eu gosto muito. Cidades com muita história, tradição e boa comida.
Uma destas cidades “insiste” em me “tratar mal”. Por muita pena minha, o Santo não bateu. Mas não deixo de lá ir, aliás, sempre que lá vou, vou com uma missão. Vou, faço o que tenho a fazer e venho embora.
Talvez na outra, ainda consiga ir visitar algum local a mais, ou tratar de outro assunto que normalmente corre bem, mas a primeira já sei que algo vai ser do contra.
Se focarmos mais em pessoas, e mais propriamente nas pessoas do local de trabalho, é fácil encontrar pessoas que até têm uma personalidade semelhante à nossa, com gostos semelhantes, mas simplesmente a conversa não desenvolve além do “bom dia” ou “boa tarde“.
Onde é mais simples de observar esta expressão, porque é muito frequente, é quando temos de trabalhar diretamente com alguém cujo Santo não bateu, e normalmente, é nestes casos que se gera mais conflitos.
O que aprendi nestes casos (feliz ou infelizmente aprendi bem) é que nestas situações quanto mais simples e direta for a comunicação, melhor.
Existe sempre a tentação de procurar pontos comuns para melhorar a relação, mas não funciona. No limite pode dar uma falsa sensação de sucesso num dia ou outro, mas no longo prazo não resulta mesmo.
É importante perceber que o contrário também pode ser positivo, isto é, por vezes há um colega, o “Pedra” com quem ninguém se consegue relacionar, mas o nosso Santo bateu com o “Pedra” e a relação funciona.
Depois de começar a reconhecer estes padrões, consegui evitar algum desgaste a tentar construir uma ligação que não vai além do estritamente necessário.
Também me coloquei na perspetiva do outro, e apercebi-me que, se é constrangedor para mim, também será constrangedor para ele.
Assim, comecei a salvar alguma energia, apenas porque aceitei que isto não é um defeito do universo, é mesmo assim que funciona como se de uma sintonia individual se tratasse.
Estejam atentos no local de trabalho a pessoas com as quais o Santo não bate e deixem aqui o vosso feedback.